ENTRE A PAZ E A FELICIDADE

Jamais imaginaríamos que já éramos bençoados onde estávamos ... Isso me faz lembrar de uma mulher que encontrou na praia uma esponja-do-mar murcha, toda ressequida e comprimida. A mulher levou a esponja para o mar e, mergulhada até a cintura, observou o animal desabrochar e reviver na água. Como mágica, o segredo da vida tornou-se visível nas bolhas que a esponja soltava e, para sua surpresa, um pequeno peixe, aprisionado e adormecido na esponja enrijecida, reanimou-se e nadou para o mar. Daquele dia em diante, aonde quer que fosse, a mulher sentia o pequeno peixe nadando no oceano, e o renascer daquele peixe que havia ficado inconsciente por tanto tempo deu-lhe uma satisfação que estava entre a paz e a felicidade. Qualquer que seja nosso caminho, qualquer que seja a cor ou a essência de nossos dias, ou os problemas que devemos resolver para permanecermos vivos, o segredo da vida está, de algum modo, relacionado ao despertar e ao tornar livre o que estava ad0rmecido. Como a esponja, nosso coração verdadeiro suplica para ser mergulhado nas águas da nossa experiência e, como o peixe, nossa alma é uma coisa pequenina que nos traz paz e felicidade quando a deixa¬mos nadar. Entretanto, todas as coisas permanecem endurecidas, contraí¬das e indecifráveis até que tomamos nosso coração adormecido nas mãos e, como aquela mulher, o mergulhamos suavemente na vida em que vivemos.